O Novo Perfil das Famílias e o Impacto nas Estratégias de Comunicação
- 29 de out.
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Nos últimos anos, as famílias que buscam escolas para seus filhos mudaram! Pais e mães de hoje estão mais informados, mais conectados e, acima de tudo, mais atentos à coerência entre discurso e prática das instituições. Eles não procuram apenas uma boa escola; procuram uma parceira de valores, que os escute, dialogue e caminhe junto na formação das crianças e jovens.
E as instituições, que antes se conquistavam a maior parte dos alunos com a famosa “indicação boca a boca”, perceberam que apenas isso não basta. Os pais continuam sim, recebendo indicações de amigos e vizinhos, mas depois procuram mais informações sobre as escolas indicadas, na Internet.
Essa transformação no perfil das famílias impacta diretamente a forma como as escolas devem se comunicar, tanto nas campanhas de matrícula quanto no relacionamento cotidiano.
1. O novo consumidor escolar: informado e exigente
O público atual pesquisa, compara e valoriza a experiência. Antes mesmo de agendar uma visita, as famílias já analisaram o site, acompanharam as redes sociais, buscaram de existem menções em outros canais, leram avaliações e buscaram depoimentos de outros pais. Elas esperam transparência, clareza e autenticidade, querem ver a prática pedagógica refletida na comunicação, e não apenas promessas de marketing.
Mais do que falar “somos uma escola acolhedora”, as famílias querem sentir esse acolhimento desde o primeiro contato digital.
2. O que as famílias valorizam na escola (e nos professores)
Um levantamento da SchoolAdvisor com 451 pais e mães em 2024 mostrou que as expectativas em relação aos professores e, por consequência, às escolas estão em sintonia com essa busca por propósito e personalização:
54,5% veem o professor como facilitador do aprendizado reflexivo, alguém que estimula a curiosidade e o pensamento crítico.
21,3% esperam um mediador do conhecimento, capaz de escutar e fazer intervenções que enriqueçam a descoberta.
Apenas 3,3% ainda enxergam o professor como um simples instrutor de conteúdo.
Esses dados mostram que as famílias valorizam escolas que desenvolvem autonomia, protagonismo e personalização, atributos que também devem aparecer de forma coerente na comunicação institucional.
3. Comunicação que traduz propósito
A comunicação escolar precisa refletir esse novo olhar. Em vez de se apoiar apenas em notas de vestibulares ou estrutura física, é fundamental mostrar como a escola forma cidadãos críticos, empáticos e preparados para aprender por conta própria.
Isso passa por:
Histórias reais: depoimentos de alunos, professores e famílias que ilustrem o diferencial pedagógico.
Conteúdo com propósito: posts e materiais que ensinem algo, provoquem reflexão e demonstrem o valor educacional da escola.
Escuta ativa: transformar canais de atendimento e redes sociais em espaços de diálogo, não apenas de divulgação.
Credibilidade digital: construção de citações fora dos canais institucionais próprios.
4. Da comunicação à cultura
O desafio é ir além das campanhas e tornar a escuta das famílias parte da cultura da escola. A nova geração de pais quer sentir que faz parte do processo educativo. Eles desejam transparência e parceria e não apenas uma prestação de serviço.
Escolas que constroem esse relacionamento de confiança colhem mais do que novas matrículas: formam comunidades engajadas, que se tornam promotoras naturais da instituição.
O novo perfil das famílias exige um novo modelo de comunicação — mais humano, dialógico e alinhado à prática pedagógica. Assim como as famílias desejam professores que estimulem a reflexão e a autonomia, também esperam escolas que comuniquem com autenticidade e propósito.
Quem conseguir traduzir isso na sua estratégia de marca escolar, estará não apenas atraindo novos alunos, mas construindo vínculos duradouros.


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